Nesse artigo da série especial de música do rodflash.com, entenda a história da compressão de arquivos e o motivo de existir tantos formatos de áudio no mercado.
Há alguns anos atrás, no ápice do sucesso do CD que havia substituído o LP para reprodução de música com qualidade, era possível copiar uma música do CD para o seu computador sem muitos problemas. O formato mais comum era o Wave (.WAV), que não possui compressão. Por esse motivo, uma música chega a ter em média 50 MB. Há alguns anos atrás, com conexões discadas, disquetes e HDs de 3 GB, era praticamente impossível distribuir e manter esses arquivos.
Com a evolução da tecnologia, foram realizadas pesquisar para criar formatos mais flexíveis. Um dos primeiros é o MPEG (da sigla da empresa que a criou, Moving Picture Experts Group), que partia do mesmo princípio do formato de imagens JPEG. Os arquivos MPEG (ou MPEG1) fazia compressão de vídeo e aúdio no mesmo arquivo. A extensão .mpg conseguia diminuir o tamanho do arquivo, mas havia um sensível perda de qualidade, tanto na imagem quanto no som. Esse formato é utilizado no VCD, um CD que consegue armazenar vídeo e áudio.
Em mais uma evolução através de pesquisas, foi definido o formato MPEG2, que também armazena áudio e vídeo. No entanto, a compressão de formato é menor e sua qualidade é bem maior quando comparada ao do MPEG1. Esse formato costuma gerar arquivos grandes e é utilizados nos DVDs.
Seguindo as pesquisas, foi criado o formato MPEG3, popularmente conhecido como MP3. Esse é um formato de compressão de áudio apenas. Tal compressão faz com que um arquivo (antes de 50 MB, com o Wave) tenha o tamanho de apenas 5 MB em média. Essa “mágica” acontece porque a compressão elimina alguns elementos do som, praticamente não perceptíveis pelo ouvido humano. Os arquivos MP3 ainda contam com as ID3-Tags, que permitem adicionar informações (como artista, álbum e etc) no arquivo. Um formato desse modelo é facilmente distribuível e por isso hoje ele se tornou tão popular.
Os arquivos AVI, MPEG1 e MPEG2 juntam em um mesmo arquivo os canais de áudio e vídeo. Essa junção é chamada de container.
Virtualmente, um arquivo de container pode conter qualquer formato de áudio e vídeo misturados. Hoje, são comuns os formatos de vídeo AVI que possuem faixas de vídeo no formato Xvid ou DivX e faixa de áudio em MP3.
No entanto, o formato MP3 não é tão completo assim: ele ainda precisaria incorporar outras evoluções tecnológicas. É aí que entra os outros formatos tão populares de hoje. Um dos que tem tomado bastante proporção é o MP4. O MP4 é um formato que segue a filosofia de container, explicado acima (M4V, para vídeo e M4A, para áudio). Um formato especial de vídeo é utilizado e o áudio costuma ser no formato AAC (Advanced Audio Coding).
Falando do áudio, o formato MP4 (AAC) contem mais informações de texto do que o MP3. Além disso, a mesma música utilizando os mesmos parâmetros de compressão chegam a ter até a metade do tamanho. Isso significa que, em termos gerais, você consegue ter o dobro de músicas no mesmo espaço se gravado em MP3. O formato MP4 também suporta sons no formato 5.1, que possui mais qualidade e ambientalização real.
Por ser um formato relativamente recente, poucos dispositivos são compatíveis com o formato MP4 (AAC). No mercado, os mais populares são os iPods, celulares e playes da Sony e o Nintendo Wii.
Nos players de música e celulares, o formato AAC é o trunfo para fazer com que toda sua biblioteca de música caiba em pouco espaço. O Nintendo Wii vinha com suporte de fábrica ao MP3, mas, através de uma atualização de software, deixou de suportar esse formato para dar lugar ao MP4 por ser mais vantajoso.
O Winamp e o iTunes suportam o MP4 por padrão. O Windows Media Player requer que sejam instalados codecs especiais para sua reprodução.
Alguns fabricantes produzem ainda player “genéricos” e os batizam como MP4, mesmo sem conseguir reproduzir o formato na realidade. Alguns são mais audaciosos e chegam a defini-los como MP5 (um formato que nem existe na verdade).
Para você escolher o formato ideal para seu uso é simples: verifique a compatibilidade do seu dispositivo com os formatos. A conversão entre os formatos pode ser feita diretamente com o iTunes ou o Winamp (cada música costuma levar menos de 30 segundos para a conversão). Se o seu player suportar AAC, lembre-se que você poderá levar mais músicas do que se estivesse utilizando o MP3.