Publicado em 7 de março de 2006, no caderno Informática & Tecnologia do Jornal de Brasília
Quando a Internet começou a ter o seu uso em larga escala, em 1994, era óbvio que as empresas tinham que ter sua presença virtual. Em apenas dois anos (1996), esse fato já era eminente: todos estavam eufóricos com o que a Internet e o computador podiam fazer com os seus lucros. No entanto, apenas mais dois anos serviram para mostrar para as mesmas empresas que a Internet não era exatamente uma forma fácil de ganhar dinheiro. Em 1998, muitas empresas virtuais faliram e outras tiveram um corte de verbas tão alto quanto o lucro que tinham obtido nos últimos tempos. Tal fato foi chamado de “A bolha da Internet”.
Passado tal incidente, todos viram que já era hora de tratar a Internet com um pouco mais de cautela. Estratégias de marketing começaram a surgir, mas de maneira diferente do convencional, já que se trata de um mundo virtual com lucros e perdas reais. Após dez anos do ápice da Internet comercial, chegamos a uma conclusão que a Internet não está para acontecer, a Internet “já é”.
Pessoas já fazem compras pela Internet, transações bancárias, pesquisa para trabalhos, ouvem músicas, comunicam-se, assistem filmes e programas de televisão, consultam serviços governamentais… Será que ainda tem alguma coisa nova que a Internet possa nos oferecer?
Os serviços que a Internet pode oferecer assemelham-se cada vez mais com os serviços já utilizados em outras mídias. Um exemplo claro é a publicidade on-line, que deixou de ser opcional para o sucesso de uma campanha. Só outdoors e comercias de televisão não são o bastante para contentar os novos clientes. Eles agora têm a necessidade de saber mais informações e tudo tem que estar num lugar só. A Internet atende perfeitamente esse requisito.
Os celulares foram os que mais evoluíram. Alguns modelos já até aglomeram funções de Palm, os computadores de mão. Mas não param por aí: eles também tiram foto, navegam pela Internet, checam e-mails e recebem notícias em tempo real. A Opera, desenvolvedora do navegador de nome homônimo, desenvolveu o ”Opera Mini” e o ”Opera Mobile”, dois navegadores voltados exclusivamente para aparelhos portáteis. Os navegadores conseguem acessar a Internet através do celular e os sites convencionais são adaptados para caber na tela do aparelho. A Motorola e a Sony Ericsson já incluíram o serviço de busca do Google nos novos aparelhos fabricados. A Sony Ericsson promete ir além: vai adicionar também um aplicativo de atualização de blogs (”Blogger”) nos novos aparelhos. O Google, uma das marcas mais importantes da Internet na atualidade, também oferece diversos serviços móveis que vão além da busca convencional de sites: busca de sites desenvolvidos apenas para celulares, acesso a notícias de diversos canais do mundo, página inicial personalizada, e-mail e envio de fotos e texto para o ”Blogger”.
A Internet já se mostra muito mais estável do que era há dez anos atrás, na época da “bolha”. As empresas já reconheceram sua importância e estão investindo cada vez mais no acesso à rede mundial. Nos próximos anos (ou até mesmo meses), estima-se que sejam instalados pontos de Internet sem fio nas cidades, para que as pessoas estejam sempre conectadas. A adoção desse novo modelo de acesso, já aplicado em cidades como Washington e São Francisco, é promissor e nós, consumidores finais, só temos a ganhar.