Publicado em 01 de agosto de 2006, no caderno Viva! do Jornal de Brasília
Desde a sua primeira aparição no Egito, o papel tem evoluído bastante durante os anos. Como não podia ser diferente, o papel precisava chegar à chamada “Era Digital”. Com desculpa de não poluir, poupar, organizar e facilitar, foi criado o papel digital. Uma das primeiras iniciativas foi dada pela Adobe em 1990, com a criação do formato de arquivo PDF (Portable Document Format).
O formato PDF demorou algum tempo para ser adotado no mercado porque inicialmente, os softwares para criação e leitura eram muito caros, além de exigirem um computador mais robusto para sua execução. Alguns anos depois, a Adobe tomou a decisão de distribuir gratuitamente o leitor (Acrobat Reader) gratuitamente, ato que impulsionou a disseminação do PDF.
Hoje o formato PDF é o papel digital mais utilizado no mundo. No entanto, assim como o papel tradicional, ele já sofreu algumas alterações. Ao longo dos anos, o leitor de PDF foi reformulado para facilitar a vida do usuário, agregando funções de busca avançada, otimização de leitura e carregamento mais rápido. Foram criadas outras alternativas ao Adobe Acrobat Reader, como o Foxit Reader, disponível em www.foxitsoftware.com. O formato também foi adaptado para ser compatível com leitores de tela (para deficientes visuais), otimização do tamanho do arquivo e incorporação de recursos multimídia (como vídeos e objetos 3D). O formato PDF tem sido padronizado sob algumas normas ISO, quanto à acessibilidade, desenho e impressão.
A criação de arquivos PDF, originalmente, só poderia ser realizada através dos próprios softwares da Adobe. Com o passar dos anos, outras alternativas foram criadas, dentre elas existe o PDF Creator, disponível em www.pdfforge.org. Esses softwares criam uma impressora virtual no computador e conseguem “imprimir” documentos diretamente para um arquivo. Existe também uma versão que permite a conversão de documentos PDF diretamente pela Internet (www.ps2pdf.com).
Embora o PDF seja o formato de papel digital mais utilizado, ele possui seus concorrentes. Em 2002, a Macromedia lançou o FlashPaper, onde é possível criar documentos no formato SWF. É possível ler o documento a partir de qualquer navegador que possua o plugin do Flash instalado. No entanto, em 2005 a Macromedia foi vendida para a Adobe e o futuro do FlashPaper ainda não foi revelado pela empresa. Há também o ODF (Open Documento Format), formato de padrão aberto, criado pela OpenOffice.org que visa principalmente a acessibilidade, através da utilização de tags XML para sua estrutura. A Microsoft anunciou que o novo Office 2007 será capaz de ler e criar arquivos compatíveis com o formato ODF (coisa que não acontece com o formato PDF).
Além dos arquivos de papel digital, ainda existem os leitores físicos, que tentam aproximar os livros à era digital. Diversos fabricantes, como a Sony, já tentaram lançar o livro comercialmente, mas fracassaram pelo preço dos equipamentos e a diversidade de padrões proprietários.
O papel digital já uma realidade para quem usa a Internet no dia a dia. A busca por informações é mais fácil e rápida do que no papel impresso. Até revistas já publicam conteúdo em formato digital, disponíveis inclusive para download. Não posso afirmar que será o fim do papel impresso, mas posso dizer que já podemos conviver pacificamente com papel impresso e digital com facilidades que só a era da informática podia prover.
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